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Louvável Sabedoria

A sabedoria é louvável do prisma de quem não a tem. O saber é uma premissa que negligência o prazer da descoberta e do assombro. Saber é dominar, é conhecer todos os passos que nos conduzem ao culminar do acto sem ser objecto do mesmo. O conhecimento é agradável para quem não se move nos agitados fluxos orgânicos, é sinónimo de uma potência sem acção. Sabemos todavia que viver é tão somente ser o tempo e o espaço onde ocorre o acontecimento, é ser o móbil pelo qual o mundo g ira em torno do seu eixo. Dou-vos um exemplo, podemos conhecer perfeitamente todas as equações que definem a lei da gravidade e ao mesmo tempo não sermos capazes de perpetrar um luar ou de fazer vibrar as marés. Quem é que prefere o cálculo do projéctil ao sentimento em que somos o próprio movimento sem pensamento racional? Ninguém. A não ser que não haja mais nada do que a própria razão a nos sugerir nas profundezas da nossa intimidade que não somos nós que produzimos acção no cosmos.

Inteligência e abismo

Hoje fiquei com a ideia que a inteligência precipita-se com muita facilidade, não será por acaso que muitas mentes astutas, acutilantes, profundas e articuladas mergulharam povos inteiros no abismo, em ciladas infernais.

Com ou sem decoro?

Lembro-me de uma história sobre um rapaz "que era bom demais para ser verdade", a figura ouviu das boas porque todas as suas acções eram correctas, íntegras e cândidas, não podia ser verdade, não existe bondade assim (não estou a falar de mim). Lembro isto a propósito de Marcelo, digamos que o seu discurso é irrepreensível, mais do que perfeito, é demasiado excelso para ser verdade. Levanta a ques tão se é verdadeiro, honesto e coerente, fica a ideia que tanta bonança só pode ser premeditada, hipócrita e dissimulada, é fruto de uma mente calculista. E aqui reside um problema fundamental. O que importa? A aparência, as formalidades e os sinais exteriores do discurso? Ou a essência? Não digo que o presidente seja uma besta, mas quanto a bestas, quais são as preferidas? As que dissimulam ou as rudes e genuínas?

Karl Kraus

Karl Kraus reproduzia em espectáculos de grande impacto trechos que encontrava em jornais, assim, descrevendo a decadência dos costumes através da palavra escrita, o modo como a linguagem pode conduzir à perversão. Foi um visionário, anteviu a emergência dos nazis e a queda da Áustria ao terceiro reich. Sinto que posso fazer exactamente o mesmo nos dias de hoje, como se estivéssemos numa antecâmara de uma catástrofe. As eleições no Brasil fizeram-me compreender que a propaganda nos dias de hoje é um fenómeno horizontal, são as pessoas comuns que deliberadamente propagam a distorção dos factos, posso até achar que existem organizações em torno das fake news e tudo mais, mas a sua influência seria mínima, residual se não houvesse uma horda de ávidos colaboradores.