O caso Robles despertou indignação generalizada, julgo que a fonte primordial deste vendaval foi o Jornal Económico. o caso tem relevância porque Ricardo Robles, vereador do BE, é um dos mais "ferozes críticos da especulação imobiliária". A minha atenção, todavia, não se prende com a incongruência do vereador, mas pelas tentativas de defender a sua posição. Houve quem dissesse que Robles é um mártir porque defende políticas que vão contra os seus próprios interesses, houve quem alegasse que a polémica foi "pseudo-moral" (sic). O caso mais caricato na defesa da incongruência política foi de um indivíduo que alegou que os ideais ou valores políticos não pertencem ao mundo da realidade, é uma perspectiva interessante porque utópica. Podemos acreditar em valores e princípios mas ninguém deve partir do pressuposto que os praticamos no mundo real. Esta refutação da indignação lembrou-me as palavras de António Gedeão, numa forma um pouco ousada, para estes figurinos, não é o sonho que comanda a vida, é a vida que comanda o sonho. Podemos sonhar com utopias mas nas nossas vidas encaramos a realidade tal como ela é, assim podemos condenar a especulação ao mesmo tempo que beneficiamos com esta. A polémica teve diversas ramificações, como é habitual, centenas e centenas de posts e comentários irados. Quero apenas deixar o registo eloquente de Daniel Oliveira, no Expresso: a esquerda não moraliza o lucro.
O debate sobre questões de fé e crença religiosa é frequente, já perdi a conta das vezes que assisti ou presenciei esse tipo de debate, tanto de crentes, como de descrentes. Para os segundos, é imperioso passar a palavra, as incoerências dos fiéis, as contradições da fé e os indícios sobre a inexistência da entidade divina. Os primeiros tentam defender-se como podem, tentando alegar que a razão não pode explicar a fé. Não sou teólogo, não me posso expressar com profundo conhecimento de causa, só que ontem li um argumento que aponta o indício forte que Deus não existe, um teólogo pode refutar o argumento com maior acutilância, mas lembrei-me que mesmo não conhecendo a teologia o argumento pode ser refutado. O argumento sintético é o seguinte: 1) Se Deus existe, deve intervir no mundo para prevenir o mal. 2) Deus não intervém no mundo para prevenir o mal. 3) Logo, Deus não existe. Este argumento parte do pressuposto que Deus é omnipotente, infinitamente bom e omnisciente. Clar
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