Esta foto vale mais do que mil fundamentações. Mas o ponto de indignação tem uma lógica: são as árvores. Claro que à partida não concordo com o abate indiscriminado de árvores, a não ser por razões de segurança. Mas o meu dilema com esta polémica é de outro teor, não há lugar para a neutralidade por muito objectiva que seja, ou és contra ou és a favor. Ou estás afecto ao executivo da câmara ou estás contra. Ninguém considera a singela hipótese de não estares afecto a nenhuma facção, isso é quase uma heresia. O pressuposto é simples: indignas-te porque fazes parte de algo maior do que tu. A tua opinião pertence a um corpo definido de agitação. Não há lugar para a independência. E isto tem repercussão nos debates que tenho lido. A culpa deste tipo de situação não pertence a ninguém. Se no passado opinaste pela tribo, ficas sem grande autoridade para opinar individualmente. Ou seja, o compromisso político tem um preço, tanto para a sociedade como para o cidadão. Escapar desta lógica é praticamente impossível. A tribo protege e dá significado às tuas ações, mas também nega-te autoridade nos juízos individuais. É um drama e eu assisto a tudo isto incrédulo.
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